O uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos no mundo quintuplicou nos últimos 30 anos. No Brasil, segundo dados do ministério da agricultura, foram comercializados US$ 1,6 milhões em agrotóxicos, em 1995. Quatro anos depois, esse valor chegou a US$ 2,5 milhões.
Os efeitos sobre a saúde humana associados à ingestão de pesticidas, incluem câncer, desordens do sistema nervoso, defeitos congênitos e esterilidade masculina. Os agrotóxicos causam 700 mil dermatoses, 37 mil casos de câncer e 25 mil casos de seqüelas neurológicas a cada ano. A média de casos de intoxicações por agentes químicos variados chega, hoje, a 500 casos registrados anualmente, entre os quais uma média de quinze vão a óbito.
Existem em todo o mundo, 600 produtos químicos considerados agrotóxicos, com milhares de formulações diferentes e, destes, 200 deixam resíduos em alimentos. Comparando-se dados obtidos em amostras de sangue de brasileiros e de ingleses, verificou-se que os brasileiros possuem 39% a mais de veneno no sangue do que os ingleses.
Além disso, uma pesquisa realizada em 2006 e publicada nos Annals of Neurology apresenta as mais fortes evidências até hoje pesquisadas, do vínculo entre exposição a pesticidas e o mal de Parkinson. O estudo envolveu mais de 143.000 homens e mulheres e concluiu que pessoas expostas a pesticidas têm probabilidade 70% maior de desenvolver o mal de Parkinson do que aquelas que não entram em contato com tais substâncias químicas.
Fonte: AZEVEDO, E. Alimentos Orgânicos: ampliando conceitos de saúde humana, social e ambiental. Editora Unisul, Tubarão, 2006.